sexta-feira, 31 de agosto de 2012

OQUADRO lança primeiro disco com show no Teatro Municipal de Ilhéus



É nesta quarta-feira, 4 de julho, que a banda ilheense OQUADRO, reconhecida pelos seus trabalhos e intervenções artísticas realiza o show de lançamento do seu primeiro disco, no Teatro Municipal de Ilhéus, às 20hs.


Produzido e gravado no Studio Coaxo do Sapo, em Salvador, o primeiro disco da banda OQUADRO é resultado da contribuição e de um desejo coletivo de grandes artistas na materialização da música - a começar pelos próprios integrantes da banda, que com três mestres de cerimônia e um corpo instrumental sólido, mostram no disco que a arte é tocada com autenticidade. Produzido e mixado por Buguinha Dub, com masterização de Gustavo Lenza e participações de Guilherme Arantes, da Mc Lurdez Da Luz e o Mc Dimak, o disco têm 11 faixas disponíveis para download na internet. Os traços na arte de capa do Cd são por conta dos artistas plásticos Izolag e Ananda Nahu.
Para Guilherme Arantes, “OQUADRO é um quebra-coco arrasa-quarteirão, está com um trabalho que vai matar a pau! De minha parte, estou pra lá de contente, vendo esse fenômeno germinar”, declarou o cantor e compositor no site de seu Studio de gravação, Coaxo do Sapo. E de fato, hei de concordar. Se para o paulistano o trabalho dos rapazes sul baianos é motivo de alegria, para nós, que somos conterrâneos, é uma ótima oportunidade para conhecer mais de perto e compreender os sentidos de Bahia que integram em nossa cultura, pluralística por natureza. Uma cultura baiana anos luz a frente dos ritmos que a televisão e rádio costumam viciar a massa, sem darem abertura, muitas vezes, para outra realidade musical.
A banda é formada pelo baixista Ricardo Santana, Victor Barreto na bateria, Jax na percussão, Rodrigo Dalua na guitarra e três mestres de cerimônia, são eles, Jef Rodrigues, Ivanigro Santos e Rans Spectro. Há 15 anos o grupo tem produzido música numa linha autêntica, no passo em que o olhar libertário quando lançado sobre o mundo e a realidade, resvala em esferas sociopolíticasculturaisespirituais e, quase sempre, de protesto.
É uma das bandas mais antigas de hip hop? da Bahia que apresenta no disco elementos do dub, afrobeat, jazz, samba e rock, tendo fortes marcas do rap na obra. Com suas raízes na costa do cacau, em Ilhéus, a banda tem sido reconhecida inclusive por intervenções culturais através de projetos como OQUADRO Instrumental, Macaco Santo e ações independentes de integrantes em Ilhéus e Itacaré, expandindo a cultura, comunicando, democratizando, chamando a comunidade para a arte.
É a partir das experiências de vida, dentro de determinado contexto de absorção, que eles na forma de se comunicar pela música manifestam as próprias ânsias e sentimentos refletidos nas letras, ao mesmo tempo em que os sentidos de identidade cultural se fortalecem e se transformam. “O importante é nosso olhar sobre nós mesmos. Isso que é mais importante, a gente sabe da amplitude, do fundamento do núcleo disso daqui. E essa amplitude está na própria ideia de hip hop. Algumas pessoas se limitam a idéia de hip hop, isso é uma coisa muito grande, muito universal, muito infinito”, reflete o filósofo e Mc Jef Rodriguez.
A música d’OQUADRO, parte de uma visão independente,  expressa de modo natural as leituras de mundo que os próprios compositores fazem pela sua livre poesia, seja pelo verbo ou pela poesia do arranjos musicais. Os sentidos e significados das linguagens na música, que só a combinação dos arranjos pode expressar, revelam o lugar de identidade comum, de onde eles residem através da arte. Esse processo é constante de inovações, ressignificações e combinações, através do encontro com o novo, no que ainda está por vir.
“Porque a gente acabou criando um desprendimento de valores e determinismos pra cultura. Isso é quebrar preconceitos, o que fundamenta a arte que a gente faz. Isso não nos tira da realidade de onde a gente vem. O regional, o local, a negritude, a África, a gente vem nessa conexão de o que a gente olha, de onde a gente vem, do que a gente está vendo no mundo, que resulta na nossa arte. Nós somos de Ilhéus, mas somos negros de Ilhéus. Na parabólica, na internet... Não há limite mesmo, acho que o ser humano grande quando ele quer ser grande, ele tem que ler os grandes, pensar grande. Mesmo os grandes que não aparecem. É preciso ir nos grandes que a Globo não mostra. E como negro eu preciso ser referência para os meus”, como um rasgo Jef fecha o seu discurso desprendido.

Para baixar o disco, faça o download no site:

http://coaxo.com/site/br/download-oquadro/

Veja abaixo dois vídeos que exibem OQUADRO no processo de gravação do seu primeiro disco :



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